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12.01.2018

Veja até onde vai o papel dos pais na formação intelectual dos filhos

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Veja até onde vai o papel dos pais na formação intelectual dos filhos

Um levantamento realizado pela pesquisadora Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), revelou que oito a cada dez casos em que os pais buscam ajuda profissional para seus filhos devido a alterações de comportamento têm sua origem no estresse.

De acordo com Aldira Mühlmann, psicóloga do Grupo Educacional Bom Jesus, a falta de habilidades sociais em virtude de funções ou atribuições físicas ou emocionais que não cabem à criança, pela sua pouca idade e repertório, pode ser a causa do estresse e da ansiedade.

“Em alguns casos, eles não dão conta das cobranças, pois os pais podem ter a impressão de que os filhos são capazes de resolver determinada situação, o que pode não ser verdadeiro, dependendo da fase de desenvolvimento emocional deles, e os pais precisam respeitar cada etapa de vida dos filhos”, afirma Aldira.

Dentro desse contexto, a escola assume um importante papel, pois é nela que a criança passa boa parte do seu dia. Por esse motivo, a relação da família com a instituição se torna fundamental. Ouvir as orientações da escola para aproveitar as oportunidades de cada fase e estar atento ao desenvolvimento das crianças são pontos a considerar. “Essa é uma via de mão dupla. A escola pode ajudar os pais com orientações de organização de estudo em casa, por exemplo, mas sempre lembrando do incentivo que vem do lar”, completa a psicóloga.

A importância do acompanhamento
Quando os pais se tornam parceiros da escola e acompanham o desenvolvimento escolar do filho, de acordo com a psicóloga, há ganhos nos eixos cognitivo, social e emocional.

  • O cognitivo envolve a aprendizagem formal, que são disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática etc. Todos os conteúdos que têm um eixo curricular são função da escola. Então, ao longo do período escolar, os pais devem acompanhar a lição de casa, compartilhar com a escola quando têm dificuldades e não devem fazer as atividades pelo filho, mesmo com as melhores intenções. Aliás, perceber que o filho não dá conta de fazer a tarefa, por exemplo, é um sinal de alerta. Os pais devem observar quando o filho tem dificuldade e compartilhar isso com o professor, pois são percepções em contextos diferentes.
  • As questões sociais envolvem a convivência das crianças entre seus pares e por isso os pais e os educadores são de fundamental importância para o desenvolvimento de habilidades sociais como fazer amizades, ter empatia, expressar sentimentos de tal forma que estas entre outras favoreçam as relações interpessoais.
  • Em relação ao eixo emocional, está a construção da autoestima, da autoconfiança das crianças. Como na escola a relação entre aluno e professor é diferente das relações familiares, é importante que os pais confiem na escola e compartilhem informações sobre o comportamento das crianças, inclusive em relação ao emocional delas.
Construindo uma relação saudável
Além do diálogo, que deve acontecer continuamente com a escola, há outras formas de construir uma relação saudável e que estimule a criança no que diz respeito ao estudo. Sempre que possível, os pais devem elogiar os esforços da criança ou do adolescente, não apenas o resultado final ou as boas notas.

Demonstrar interesse e trocar ideias, além de auxiliar o filho com pequenas dicas, pode ser o ponto de partida. Estabelecer rotinas em casa também fará diferença. Os pais também podem fazer combinados com os professores, de forma a alinhar o discurso em relação às metas escolares. Diante da necessidade de uma crítica à criança ou ao adolescente, os pais podem aplicar a técnica do “reforço sanduíche”: inicia com um elogio, faz a crítica, pede mudança de comportamento e termina com outro elogio.

Esse conteúdo foi publicado no Guia dos Pais do G1 Paraná.