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03.12.2018Como o cérebro da criança reage a estímulos?
Os primeiros anos da vida de uma criança são muito importantes para seu desenvolvimento neurológico, emocional e intelectual como base para o futuro. Uma das principais razões é a rapidez com que o cérebro se desenvolve e cresce neste período. Nenhum indivíduo é igual a outro, porque cada um processa diferentemente as suas experiências e os estímulos recebidos, de modo que a estrutura anatômica do cérebro é específica de cada pessoa. Mesmo gêmeos idênticos, com igual estrutura genética, podem responder de forma diferente a experiências aparentemente idênticas, influenciando nas diferenças comportamentais durante a vida.
Os fatores envolvidos no desenvolvimento cerebral são:
- a genética;
- a nutrição adequada desde a vida intrauterina;
- uma gestação saudável (ex.: sem uso de álcool);
- as estimulações que a criança recebe de outras pessoas;
- as experiências que ela tem com o ambiente, principalmente nos primeiros anos da infância e que podem ter efeitos ao longo de toda a vida.
Pesquisas mostram que o crescimento cerebral ocorre não pelo aumento de suas células (neurônios), cujo número estaria completo ao nascer, mas pela formação de sinapses – conexões entre as células cerebrais. Até os três anos de idade, o número de sinapses aumenta como em nenhum outro período da vida, a ponto de uma criança dessa idade ter o dobro das sinapses existentes em um adulto. Ao longo da infância e da adolescência, ocorre o processo chamado de “poda neural”, no qual serão eliminadas as sinapses que não foram reforçadas pela experiência repetida.
“A criação e a manutenção de sinapses são importantíssimas, e crianças precisam receber uma variedade de estímulos motores e dos sentidos: visão, audição, paladar, tato, entre outros”, conta a médica. E esses estímulos vão desde conversar, passear, contar histórias, brincar, cantar, como também abraçar, elogiar, incentivar, motivar e estabelecer limites. É durante essas experiências que a criança adquire várias habilidades, como linguagem, imaginação, resolução de problemas, criatividade, raciocínio, socialização, entre outras. “As crianças dependem dos pais, membros da família e outros cuidadores, como seus professores, para desenvolver essas habilidades”, avalia a pediatra, que sugere respeitar as singularidades da criança. “Cada uma é diferente a sua maneira. Não se deve colocar pressão desnecessária, querer apressar etapas ou exagerar nas expectativas, pois certamente causarão desmotivação na criança. Os pais e os professores devem respeitar as fases próprias de cada idade”, finaliza.
Esse conteúdo foi publicado no Guia dos Pais, do G1 Paraná.