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06.12.2018

Geração Z impõe mudança nos modelos de escola e trabalho

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Geração Z impõe mudança nos modelos de escola e trabalho

Uma pesquisa da Hart Research Associates, em 2013, mostra que, para 82% dos empregadores, o pensamento crítico e o raciocínio analítico são os pontos mais esperados do resultado da aprendizagem de um estudante. Ainda na mesma pesquisa, 81% esperam colaboradores capazes de analisar e resolver problemas complexos e que tenham comunicação oral efetiva. Mas o mercado tem se queixado de profissionais com muito conhecimento técnico e poucas habilidades sociais. O consultor de liderança norte-americano Bruce Tulgan, especialista na geração Z, aponta que eles falham nos aspectos mais humanos que o mercado pede: não são organizados, focados, pontuais e não têm hábitos corporativos.

Para o coordenador de Sociologia do Colégio Bom Jesus, Frederico Plantikow Kafer, apesar de a modernidade ser marcada pelo desenvolvimento do individualismo, as relações de trabalho sempre envolveram relações sociais e as relações de produção sempre buscaram atingir a sociedade como um todo. Dessa maneira, as habilidades sociais tornam-se importantes, pois toda produção voltada para o mercado é uma produção social, que envolve uma série de indivíduos no processo produtivo. “A habilidade social é fundamental para que as relações de produção tenham o sucesso esperado”, conta Kafer.

Diante dessa realidade, a escola teve que se adaptar. Se no passado a escola representava uma autoridade detentora da informação e do conhecimento, hoje ela é mais uma importante ferramenta de acesso ao conhecimento, uma vez que o jovem dispõe de muitas outras vias. Por isso, a escola deve aliar o uso de ferramentas tecnológicas no ensino e se preocupar com os valores morais e éticos da sociedade, que até então tinham força na autoridade das instituições e agora necessitam se estabelecer como um princípio em si.

Dificuldades e desafios
A dificuldade do jovem em desenvolver as habilidades sociais está justamente na virtualização das relações, ocorrida nos últimos 15 anos com a ascensão do ciberespaço e das redes sociais. A socialização do jovem ocorre muito mais pelos ambientes virtuais do que pelos círculos de convivência real. Isso tem trazido prejuízos. “O jovem acaba entrando no mercado de trabalho com dificuldade nas habilidades sociais e precisa se adaptar e desenvolvê-las”, afirma Kafer, que prevê que as relações de produção serão marcadas pelas tecnologias de informação e pela intensidade que estas provocam. Por esse motivo, o perfil do profissional deve ser destacado por sua versatilidade em ter o conhecimento técnico aprofundado e as habilidades sociais necessárias para esse novo modelo de produção colaborativo.

Esse conteúdo foi publicado no Guia dos Pais, do G1 Paraná.