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19.01.2018

Conheça os desafios na mudança do Fundamental I para o Fundamental II

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Conheça os desafios na mudança do Fundamental I para o Fundamental II

Muitos pais, e até as crianças, ficam ansiosos e com grande expectativa na hora de fazer a transição do Ensino Fundamental I para o Fundamental II. Nessa etapa da vida escolar, a quantidade de professores aumenta, novas disciplinas passam a fazer parte da grade e, com isso, o tempo de permanência na escola também é maior.

Os professores adotam posturas e métodos diferentes. Além disso, o aluno precisa se adaptar à troca de aula a cada 50 minutos, pois o professor da próxima matéria precisa entrar em sala e iniciar a sua aula, trazendo uma nova dinâmica e um novo ritmo. É natural que a mudança do Fundamental I para o Fundamental II gere insegurança e alteração nas rotinas, especialmente no resultado acadêmico. O que não é natural é a permanência da inquietação perante as dificuldades.

Nessa fase também ocorrem transformações físicas e comportamentais, características da pré-adolescência, normalmente acompanhadas de conflitos e de insegurança também.

Para Sandra Mara Lopes de Souza, pedagoga e coordenadora pedagógica do Bom Jesus, todas as mudanças nesse novo ciclo estão relacionadas com aspectos construídos desde a Educação Infantil. A participação dos pais é fundamental e começa muito antes do que se imagina. A família deve incentivar a autonomia e a responsabilidade da criança com seus compromissos escolares desde que elas ingressam na escola. “Quando, lá na Educação Infantil a criança leva uma tarefa para realizar em casa, por exemplo, a família deve deixar que a criança explique o que deve ser feito, deve auxiliá-la na realização da tarefa e jamais fazer a tarefa pela criança. Caso ela não consiga fazer a tarefa ou não saiba o que fazer, a família deve, juntamente com a escola, buscar estratégias para resolver essa situação. Com isso, a criança é preparada para enfrentar naturalmente essa e outras transições”, explica.

A atuação da escola é semelhante à orientação dada aos pais e vem muito antes dessa transição também. Todo o trabalho desenvolvido na escola é processual e gradativo e deve ser construído desde a Educação Infantil, sendo mais intensificado no 4º e 5º anos.

"Com o objetivo de atenuar essas mudanças, o processo de transição do Ensino Fundamental I para o II no Bom Jesus inicia-se no 5º ano, quando, nos encaminhamentos metodológicos, as características do FII são inseridas de forma gradativa. Assim, os alunos chegam ao 6º ano com maior autonomia e segurança, aptos a continuar esse processo de mudanças. A partir do EF II, cada turma passa a ter um professor-representante, que corresponde a um dos professores da turma. Ele tem a tarefa de acompanhar o aluno nos aspectos cognitivos e comportamentais, e é o responsável pelo contato escola-família, interagindo com os demais professores e, sempre que necessário, solicitando reuniões individuais com os pais. Esse é um processo que começa no 5º ano e permanece ao longo do Fundamental II e Ensino Médio”, conta Sandra.

A pedagoga também alerta que não devemos passar para a criança uma ansiedade que é nossa. “Devemos, sim, mostrar que as mudanças fazem parte de nossa vida e que são elas que nos fazem crescer. Diria que um ponto-chave é não supervalorizar as dificuldades, que devem ser tratadas com naturalidade”, finaliza.

Esse conteúdo foi publicado noGuia dos Pais do G1 Paraná.