Blog
26.08.2021Como ensinar crianças sobre finanças
Uma pesquisa realizada com 750 pais, em conjunto, pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), pelo Instituto Axxus e pelo Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia (NEIT) do Instituto de Economia da Unicamp apontou dados interessantes sobre alunos que recebem aulas de educação financeira na escola: 70% deles começaram a ajudar os pais nas compras e 98% passaram a tratar do assunto em casa.
“A educação financeira é um dos temas contemporâneos indicados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além de ser necessária para o pleno exercício da cidadania, para o consumo consciente e para o desenvolvimento da autonomia no gerenciamento financeiro pessoal”, afirma a coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Bom Jesus, Isabel Marconcin, que entende que os conceitos referentes à educação financeira podem ser abordados já a partir das séries iniciais do Ensino Fundamental. Isso porque esse conhecimento pode contribuir para que essas crianças, em um futuro próximo, pratiquem o consumo consciente, façam escolhas responsáveis e assertivas, planejem os gastos pessoais tendo em vista um ganho a longo prazo, por meio do gerenciamento dos recursos. “A educação financeira pode contribuir para a formação de cidadãos críticos, que agem com consciência e autonomia no gerenciamento dos recursos financeiros e que aprendem a planejar no curto e no longo prazo para que, no futuro, tenham uma vida financeira saudável”, afirma Isabel.
Contribuição da família
Em casa também há espaço para aprendizado. Os pais podem conversar sobre o valor de produtos e de serviços, o consumismo e a importância da sustentabilidade. É importante ensinar as crianças a optar por produtos sustentáveis e que ofereçam menos resíduos para o ambiente; a evitar o consumismo exagerado; e a compreender a necessidade de partilhar para que todos tenham qualidade de vida.
Uma prática saudável em relação aos recursos financeiros tem sido a “mesada”. A criança é convidada a gerenciar uma pequena quantia e a optar entre um prazer imediato e a perda de receita e a economia do dinheiro para a obtenção de um bem de maior valor, no longo prazo. “É importante que algumas conquistas sejam fruto da opção e do esforço da criança, para que aprenda desde cedo o valor da economia e do planejamento”, ensina Isabel.
Iniciativas
No Colégio Bom Jesus, por exemplo, a educação financeira é trabalhada desde o Ensino Fundamental, como um tema transversal vinculado à Matemática e ao Sistema Monetário Brasileiro. Questões como a análise de preços, consumo consciente e sustentabilidade fazem parte de uma abordagem interdisciplinar do tema. “Por meio da educação financeira, a criança se habitua a trabalhar com orçamentos, planejamento de gastos e de investimentos. Assim, quando jovem poderá exercer com mais propriedade e autonomia o gerenciamento de suas finanças, contribuindo, inclusive, para o gerenciamento financeiro familiar”, afirma Isabel.
Devido a esse know-how em educação financeira e à grande aceitação da proposta pelos alunos, professores e familiares, o Colégio Bom Jesus decidiu ampliar a estratégia pedagógica com a inclusão de material didático específico sobre o tema para as turmas de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, que será aplicado em 2019. Além da abordagem dos conceitos relativos a esse tema contemporâneo, serão oportunizadas simulações de práticas sociais em que é preciso analisar, refletir e tomar decisões no curto e no longo prazo; definir metas, planejar e desenvolver ações; atuar como empreendedor observando valores e princípios pautados no consumo consciente, na sustentabilidade e na ética.
BLOG e NOTÍCIAS RELACIONADAS
Diálogo na escola: uma virtude franciscana que transforma
O diálogo na escola na escola fortalece laços e é essencial para a resolução de conflitos.